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Metodologia... Ou método?

“Que são regras de método científico e por que necessitamos delas? Pode existir uma teoria de tais regras, uma metodologia?” p. 51

“Minhas razões para propor que a ciência empírica seja caracterizada por seus métodos são: nossa maneira de manipular sistemas científicos, aquilo que fazemos com eles e aquilo que fazemos a eles.” p. 52

“O positivista não aprova a idéia de que deva existir uma teoria genuína do conhecimento, uma epistemologia ou metodologia.” p. 53

“Não creio que os positivistas se disponham a responder diferentemente a minhas tentativas de analisar a ‘experiência’, que eu interpreto em termos de método da ciência empírica.” p. 54

“Cabe oferecer dois exemplos simples de regras metodológicas. Eles bastarão para mostrar que não seria adequado colocar uma investigação a propósito de método no mesmo nível de uma investigação puramente lógica.

(1) O jogo da Ciência é, em princípio, interminável. Quem decida, um dia, que os enunciados científicos não mais exigem prova, e podem ser vistos como definitivamente verificados, retira-se do jogo.

(2) Uma vez proposta e submetida à prova a hipótese e tendo ela comprovado suas qualidades, não se pode permitir seu afastamento sem uma “boa razão”. Uma “boa razão” será, por exemplo, sua substituição por outra hipótese, que resista melhor às provas, ou o falseamento de uma conseqüência da primeira hipótese.

Esses dois exemplos mostram a feição das regras metodológicas. Elas são muito diversas das regras geralmente chamadas de “lógicas”. [...]

Assim como o xadrez pode ser definido em função de regras que lhe são próprias, a Ciência pode ser definida por meio de regras metodológicas. Cabe proceder ao estabelecimento dessas regras de maneira sistemática.” p. 56

[...] É essa relação sistemática entre as regras que torna cabível falar numa teoria do método. [...] Não se deve esperar verdades profundas da parte da metodologia. Não obstante, em muitos casos, ela pode auxiliar-nos a ver mais claramente a situação lógica e mesmo a resolver alguns problemas de longo alcance, que até agora se revelaram insuscetíveis de tratamento. Um desses problemas é, por exemplo, o de decidir se um enunciado de probabilidade deve ser aceito ou rejeitado.” p. 57

Li seu trabalho, e de modo geral, concordo. [...]
Atenciosamente,
seu
A. Einstein.

POPPER, Karl R. A lógica da pesquisa científica. Tradução de Leonidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota. 9. ed. São Paulo: Cultrix, 1993.